Thursday, October 2, 2014

Marcos Palmeira, ator e fazendeiro agroecologico

Marcos Palmeira, ator e fazendeiro agroecologico Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. (Redirecionado de Marcos palmeira) NoFonti.svg Este artigo ou se(c)ção cita fontes fiáveis e independentes, mas que não cobrem todo o conteúdo (desde junho de 2013). Por favor, adicione mais referências e insira-as no texto ou no rodapé, conforme o livro de estilo. Conteúdo sem fontes poderá ser removido. Encontre fontes: Google (notícias, livros, acadêmico) — Yahoo! — Bing. Marcos Palmeira Marcos Palmeira em 2007 Nome completo Marcos Palmeira de Paula Outros nomes Marcos Viana Nascimento 19 de agosto de 1963 (51 anos) Rio de Janeiro, Rio de Janeiro Brasil Ocupação Ator IMDb: (inglês) Marcos Palmeira de Paula (Rio de Janeiro, 19 de agosto de 1963) é um ator brasileiro, indicado ao Emmy Internacional em 2013.1 Biografia Família O pai de Marcos Palmeira, o diretor José Viana de Oliveira Paula (Zelito Viana), é filho de Francisco Anysio de Oliveira Paula e de Haydee Viana. Francisco e Haydee são também pais de Francisco Anysio de Oliveira Paula Filho (Chico Anysio) e de Maria Lupicinia Viana de Paula (Lupe Gigliotti). Zelito é um dos mais renomados diretores de cinema. Fundou junto com Glauber Rocha a Mapa Filmes, empresa que dirige até hoje. Marcos foi casado com a diretora artística Amora Mautner, com quem tem uma filha - Júlia. Betse de Paula, irmã de Marcos, é diretora de cinema e foi premiada no Festival de Brasília com o filme, O Casamento de Louise. Já a mãe do ator é a produtora Vera Maria Palmeira de Paula (conhecida por Vera de Paula), que por sua vez é filha do advogado nascido no Sergipe: Sinval Palmeira, deputado estadual do Rio de Janeiro cassado pela ditadura militar, e de Maria de Lourdes Borges Palmeira, oriunda de tradicional família baiana. Vera e seus irmãos são herdeiros do "coronel" João Borges, herdando sua Fazenda de gado chamada Cabana da Ponte, em Itororó, Sudoeste da Bahia, bem como fazendas de cacau na região de itabuna. Outros projetos Marcos é produtor de alimentos orgânicos (sem uso de agrotóxicos) na região serrana do estado do Rio de Janeiro, em Teresópolis. Os produtos da fazenda Vale das Palmeiras são encontrados nos supermercados Zona Sul e em pequenos comércios naturais, todos no Rio de Janeiro. Como consultor, presta assistência em diversos projetos de alimentação orgânica espalhados pelo Brasil, inclusive a implantação do projeto PAIS – Produção Agrícola Integrada Sustentável, na aldeia Xavante de São Pedro, Onça Preta e Parinaíba, na Reserva Parabubure no Mato Grosso. Desde Junho de 2008, Marcos Palmeira apresenta um programa semanal na TV Cultura chamado A'Uwe. A'Uwe vai ao ar todos os domingos, às 17h, e é o único espaço da televisão brasileira 100% dedicado aos índios. Em sua adolescência, Marcos Palmeira conviveu com índios Xavantes e foi batizado por eles como Tsiwari, que significa "sem medo". Desse intercâmbio cultural, Marcos trouxe na bagagem a percepção de coletividade e muitas outras referências. Em 2003, Marcos Palmeira recebeu um pedido de socorro de um cacique Xavante que havia conhecido 20 anos antes: os índios das aldeias São Pedro e Onça Preta, na Terra Indígena de Parabubure, no estado do Mato Grosso, estavam em sérias dificuldades e queriam conhecer e iniciar o cultivo orgânico de alimentos. Desejavam também divulgar suas tradições, para que as pessoas nas cidades entendessem a importância de manter a cultura de cada povo indígena do Brasil. A preparação durou 1 ano e, em 2004, Marcos liderou uma expedição composta por amigos de várias áreas de atuação e, por 15 dias, essa equipe viveu com os índios xavantes daquelas aldeias. Dessa vivência nasceu o documentário Expedição A’Uwe - A Volta de Tsiwari, que 4 anos mais tarde, deu origem à série A’Uwe na tela da TV Cultura. Em cada programa, Marcos leva ao grande público documentários feitos por índios e não-índios que mostram rituais, conflitos, tradições e histórias sobre as diferentes etnias indígenas. O programa também tem um site e um blog sobre o tema indígena: www.tvcultura.com.br/auwe Carreira Sua estréia como ator, se deu primeiro nas telonas, com apenas 5 anos de idade, em uma participação no filme Copacabana Me Engana, de 1968. Em 1983, formou-se na CAL (Casa de Arte das Laranjeiras). Já na televisão, seu primeiro trabalho, foi na Rede Globo, quando participou da primeira fase da telenovela Mandala, de 1987. Em 1990, transferiu-se para a Rede Manchete, onde protagonizou, ao lado de Marcos Winter, Cristiana Oliveira e Paulo Gorgulho, a telenovela Pantanal. A mesma foi sucesso de crítica e público, tendo ameaçado por diversas vezes a liderança absoluta da Globo. Depois, ainda na mesma emissora, com Cristiana Oliveira, protagonizou a novela Amazônia, de 1991. Em 1992, retornou à Globo para uma participação em um episódio do Você Decide, emissora na qual permanece até o prezado momento, e desde então passou a ser convidado somente para papéis de suma importância em produções televisivas. Em 1993, protagonizou ao lado de Antônio Fagundes e Adriana Esteves a novela Renascer, repetindo assim a parceria de sucesso com o autor Benedito Ruy Barbosa, que também assinou Pantanal, que lançou o ator ao estrelato. Em 1995, foi um dos protagonistas do remake de Irmãos Coragem, e no ano seguinte, esteve presente no elenco de Salsa e Merengue, como um dos personagens centrais. Em 1998, viveu o advogado Alexandre Leme Toledo que se envolve com a garçonete Sandrinha, a grande vilã da história, na novela Torre de Babel. Posteriormente, despontou como o jornalista Chico Mota de Andando nas Nuvens, tendo feito par romântico com Débora Bloch. Em 2001, retornou ao posto de protagonista do horário nobre ao encarnar o pescador Gumercindo "Guma" Vieira em Porto dos Milagres. Em 2002, voltou a atuar com Benedito Ruy Barbosa na novela Esperança. Seu personagem entrou no meio da trama, que vinha enfrentando problemas com a audiência, com a intenção de alavancar os números da mesma. Em 2003, protagonizou Celebridade, grande sucesso de Gilberto Braga onde viveu o cineasta Fernando Amorime e interpretou o sanitarista Osvaldo Cruz no curta metragem de Silvio Tendler. Em 2006, após dois anos afastado das novelas, participou de Belíssima como o delegado Gilberto, par da co-protagonista Vitória, personagem de Cláudia Abreu. Entre 2005 e 2007, esteve a frente da série policial Mandrake, como o personagem principal. A série foi feita em parceria pela Conspiração Filmes e o canal pago HBO, tendo sido transmitida em rede nacional pelo segundo. Em 2008, repetiu par com Cláudia Abreu ao protagonizar a novela Três Irmãs. Em 1º de Junho de 2008 começou a apresentar o programa semanal na TV Cultura. Acumula uma série de atuações no cinema, entre elas: o longa metragem Villa-Lobos - Uma Vida de Paixão (2000), em que interpretou o famoso compositor ainda jovem; Dom (2003), baseado no livro Dom Casmurro, em que viveu Bentinho e fez par com Maria Fernanda Cândido; O Homem que Desafiou o Diabo (2007) e A Mulher do meu Amigo (2008). Em 2009 pode ser visto em Cama de Gato, na pele do protagonista, o empresário Gustavo Brandão. Já namorou a atriz Ana Paula Arósio. Em 2012 voltou às novelas em Cheias de Charme, onde viveu o malandro Sandro Barbosa. Em 2013 interpretou Augustão, o segurança da cantora de axé Sereia que é assassinada em pleno Carnaval na minissérie O Canto da Sereia 2 , e no segundo semestre do ano interpretou Seu Cazuza no remake de Saramandaia. Em 2014, é anunciado que o ator terá um papel de destaque no remake de O Rebu, interpretando o delegado Pedroso.3 4 No segundo semestre do mesmo ano, protagoniza a série do Multishow, A Segunda Vez, no papel de Raul, um jornalista que ao perder o emprego e a mulher, se envolve com o mundo da prostituição de luxo de São Paulo. 5 6 7 8 9 10 Ainda em 2014, é anunciado no elenco de Babilônia, novela de Gilberto Braga, Ricardo Linhares e João Ximenes Braga, que substituirá Império.11 Veja historico em baixo. Entrevista com Marcos Palmeira sobre agroecologia Defensor e produtor de alimentos orgânicos, o ator global alerta: ‘‘Quem usa veneno, não come!" Sexta, 07 de maio de 2010 Cíntia Melo - cintia@souecologico.com.br Ator é dono de uma fazenda que produz 60 tipos de produtos orgânicos - Fotos: Manoel Marques Ator é dono de uma fazenda que produz 60 tipos de produtos orgânicos - Fotos: Manoel Marques Sabe aquela naturalidade típica do homem do campo? É essa que fala mais alto quando se conversa com o ator Marcos Palmeira, de 46 anos. Mais que um galã global, um brasileiro cortês e atencioso, de uma simplicidade encantadora. Um cidadão consciente e extremamente agradável, que acredita na produção agrícola orgânica e sustentável em grande escala, no equilíbrio natural do planeta e em um mundo capaz de contemplar a justiça social. Longe dos estúdios, Marcos é dono de uma fazenda agroecológica em Teresópolis, na Região serrana do Rio de Janeiro. Lá, são produzidos cerca de 60 tipos de alimentos, todos orgânicos. O fã declarado e incondicional da agricultura ecológica conta que já na infância foi seduzido pelos desafios de uma fazenda agrícola mais integrada e sustentável. Nascido no Rio, iniciou a vida artística aos seis anos, no curta "Copacabana Me Aterra", de Artur da Távola. Aos 11, estreou no teatro com a peça "Édipo Rei" e, em 1987, marcou presença na TV com a novela Mandala. Depois vieram: Pantanal, Renascer, Torre de Babel, Porto dos Milagres, Celebridade, Belíssima e Cama de Gato. Na vida real, atuando como ator ou produtor, a proposta de uma agricultura mais abrangente, socialmente justa, economicamente viável e ecologicamente sustentável, que respeite a vida, o homem, a natureza e o planeta, parece ser seu principal horizonte. Confira: De on­de vem o seu gos­to pe­la agroe­co­lo­gia? ´ Da mi­nha in­fân­cia. No in­te­rior da Bahia, em Ito­ro­ró, pró­xi­mo a Ita­bu­na, nu­ma fa­zen­da de pro­du­ção con­ven­cio­nal. Meu avô, que to­ca­va o ne­gó­cio, era co­mu­nis­ta, ha­via si­do cas­sa­do e le­van­ta­va ques­tões in­te­res­san­tes que, des­de aque­la épo­ca, fi­ca­ram na mi­nha ca­be­ça. Por que com­prar, por exem­plo, ali­men­tos na fei­ra, quan­do se tem uma fa­zen­da? Por que pro­du­zir so­men­te car­ne ou lei­te, se há es­pa­ço pa­ra fa­zer mui­to mais que is­so, e de for­ma in­te­gra­da? Meu avô ques­tio­na­va tu­do is­so nu­ma épo­ca em que nin­guém co­nhe­cia a pa­la­vra sus­ten­ta­bi­li­da­de e, os or­gâ­ni­cos, ain­da não es­ta­vam na mo­da. Vo­cê che­gou a tra­ba­lhar na fa­zen­da? De­pois que meu avô mor­reu, co­me­cei a aju­dar na or­ga­ni­za­ção da fa­zen­da. Ti­nha uns 23 anos na épo­ca. E por uma di­fe­ren­ça de pen­sa­men­to e men­ta­li­da­de - sem­pre achei que ela de­ve­ria ser re­flo­res­ta­da e que tí­nha­mos de in­ves­tir na pre­ser­va­ção das nas­cen­tes - re­sol­vi me afas­tar des­sa re­la­ção fa­mi­liar. Acre­di­ta­va no res­ga­te de tu­do o que a fa­zen­da ti­nha ori­gi­nal­men­te. Só que eu não ti­nha ne­nhu­ma for­ma­ção. Só o ideal, a ne­ces­si­da­de de de­fen­der e co­lo­car em prá­ti­ca as mi­nhas ideias. E quan­do con­se­guiu fa­zer is­so? Só quan­do rea­li­zei o so­nho de com­prar mi­nha pró­pria fa­zen­da, a Va­le das Pal­mei­ras, no Rio de Ja­nei­ro. Foi em 1997 e, na­que­la épo­ca, só pen­sa­va em pro­du­zir lei­te, criar ca­va­los... Não ima­gi­na­va gran­des pro­je­tos, mas sem­pre me preo­cu­pei em ter uma ali­men­ta­ção de qua­li­da­de. E co­mo a fa­zen­da, de 200 hec­ta­res, já pro­du­zia le­gu­mes e ver­du­ras de for­ma con­ven­cio­nal, lo­go des­co­bri que ali nin­guém co­mia o que plan­ta­va. Que na­da que se pro­du­zia era le­va­do pa­ra ca­sa. Per­gun­tei o mo­ti­vo e os tra­ba­lha­do­res ru­rais me dis­se­ram que era por­que usa­vam mui­to ve­ne­no nas plan­ta­ções. O ve­ne­no que era, e con­ti­nua sen­do usa­do ho­je em mi­lha­res de fa­zen­das, vi­nha dis­far­ça­do de "re­for­ço pa­ra o so­lo", de "re­mé­dio pa­ra a plan­ta". O con­ven­cio­nal cul­ti­vo com agro­tó­xi­cos. Por is­so, pe­di ao Ril­do (de Oliveira Gomes), gran­de ami­go e par­cei­ro de in­fân­cia, cria­do co­mi­go na Bahia e que na épo­ca me aju­da­va na fa­zen­da, que pa­ras­se de co­lo­car ve­ne­no em nos­sos cul­ti­vos. Só que eu dis­se is­so sem mé­to­do ne­nhum, sem sa­ber no que ia dar. O que acon­te­ceu? Co­mo não pla­ne­ja­mos na­da, per­di to­da a la­vou­ra de 1997. E per­der­mos vá­rias ou­tras co­lhei­tas até que o Ril­do co­nhe­ceu o "seu" João Car­los Avi­la, da As­so­cia­ção Brasileira de Agricultura Bio­di­nâ­mi­ca, de Botucatu (SP). Com o apoio de­le, co­me­ça­mos a es­que­cer a plan­ta e pas­sa­mos a pen­sar no so­lo. O João li­te­ral­men­te fez a nos­sa ca­be­ça em re­la­ção aos or­gâ­ni­cos e à bio­di­nâ­mi­ca. A ca­da dia me apro­fun­da­va mais nes­sa his­tó­ria. Co­me­cei a es­tu­dar an­tro­po­so­fia e não pa­rei mais. Mer­gu­lhei fun­do nes­se uni­ver­so. Ele nos en­si­nou a fo­car na qua­li­da­de do so­lo, com o uso da adu­ba­ção ver­de, e a evi­tar os de­fen­si­vos bio­ló­gi­cos. Pas­sa­mos tam­bém a in­ves­tir na re­cu­pe­ra­ção dos pas­tos. Apren­de­mos a am­pliar nos­sa vi­são das coi­sas e a com­preen­der, por exemplo, que a ti­ri­ri­ca, antes vis­ta co­mo pra­ga, po­de ser­vir co­mo um ex­ce­len­te es­ter­co ou que a ga­li­nha d'angola ser­ve pa­ra co­mer for­mi­ga e não ata­ca a la­vou­ra. Che­ga­mos a um ní­vel tal que, ho­je, não te­mos mais ne­nhu­ma pra­ga em nos­sa pro­prie­da­de. Quan­do os re­sul­ta­dos co­me­ça­ram a apa­re­cer? No meio des­se ca­mi­nho so­fre­mos um ba­que enor­me. O Ril­do so­freu um as­sal­to e mor­reu as­sas­si­na­do. Com tem­po, con­ti­nua­mos os tra­ba­lhos ini­cia­dos com ele e pro­gre­di­mos. Ho­je, com aju­da do en­ge­nhei­ro agrô­no­mo Aly Ndiaye (ge­ren­te da fa­zen­da), fo­men­to a agroe­co­lo­gia co­mo uma agri­cul­tu­ra viá­vel, que trans­cen­de as fron­tei­ras da nos­sa fa­zen­da. Não acre­di­to mais na agri­cul­tu­ra con­ven­cio­nal, nem nes­sa con­ver­sa de que só com agro­tó­xi­cos po­de­mos pro­du­zir ali­men­tos. Ou de que só os trans­gê­ni­cos po­de­rão re­sol­ver o pro­ble­ma da fo­me no mun­do. Pa­ra mim, is­so é mais uma for­ma de con­cen­tra­ção de ri­que­za e de má dis­tri­bui­ção de ren­da. Acho que na fa­se de tran­si­ção da agri­cul­tu­ra con­ven­cio­nal pa­ra a or­gâ­ni­ca, o de­fen­si­vo po­de ser im­por­tan­te. Eu é que fui mais ra­di­cal nes­sa 'li­nha ver­de, lim­pa' e pre­fe­ri abo­lir a cul­tu­ra quí­mi­ca. Quan­tos itens sua fa­zen­da pro­duz? Vo­cê só con­so­me pro­du­tos or­gâ­ni­cos? Cer­ca de 60, in­cluin­do lei­te, quei­jo, ri­co­ta e io­gur­te. Além de mais 40 ti­pos de le­gu­mes, ver­du­ras e fru­tas. E cla­ro que co­mo de tu­do! Em ca­sa sou 100% or­gâ­ni­co. Na rua, fa­ço co­mo pos­so. Não sou ra­di­cal, mas acho que o con­su­mo de al­guns pro­du­tos bá­si­cos, co­mo hor­ta­li­ças, é mui­to im­por­tan­te. Sua fa­zen­da é sus­ten­tá­vel? Há pe­lo me­nos qua­tro anos ela é sus­ten­tá­vel e to­tal­men­te viá­vel, mas mui­to mais por questões ad­mi­nis­tra­ti­vas do que de pro­du­ção em si. Ho­je, po­de­ria mo­rar ne­la e vi­ver do que pro­du­zo. Mas, is­so em con­di­ções di­fe­ren­tes da mi­nha ou­tra pro­fis­são, de ator. Ven­de­mos nos­sos pro­du­tos pa­ra uma re­de de su­per­mer­ca­dos da Zo­na Sul do Rio. Tam­bém fa­ze­mos en­tre­gas em do­mi­cí­lio e em al­gu­mas lo­jas na­tu­rais. No en­tor­no de­la ain­da se pro­duz de for­ma con­ven­cio­nal ou vo­cê con­se­guiu 'con­ta­mi­nar' seus vi­zi­nhos? Não. Os pro­du­to­res da vizinhança não es­tão nem aí pa­ra a pro­du­ção or­gâ­ni­ca. Que­rem mais é ex­plo­rar a mão de obra que têm e tro­car de car­ro, en­quan­to o peão con­ti­nua an­dan­do de bi­ci­cle­ta. A pro­du­ção é to­da con­ven­cio­nal. Sem­pre na­que­le es­que­ma de meia, em que os peões fi­cam à mer­cê de um pre­ço de mer­ca­do que nin­guém sa­be exa­ta­men­te qual é. Es­ses pro­du­to­res ain­da não acre­di­tam na agri­cul­tu­ra or­gâ­ni­ca. Não há mar­ke­ting de pro­du­tos or­gâ­ni­cos e a pres­são em tor­no dos con­ven­cio­nais é mui­to for­te, com gran­des in­dús­trias e em­pre­sas de ve­ne­no por trás de tu­do, "aju­dan­do" os pro­du­to­res. Vo­cê apli­ca a fi­lo­so­fia agroe­co­ló­gi­ca na ges­tão de seus fun­cio­ná­rios? Is­so sem­pre fez par­te do meu tem­pe­ra­men­to. A vi­da in­tei­ra es­ti­ve pró­xi­mo ao pes­soal do cam­po, gra­ças à mi­nha ex­pe­riên­cia na Bahia. Já ti­nha a vi­são da im­por­tân­cia de va­lo­ri­zar es­sa mão de obra. Es­ses tra­ba­lha­do­res são pe­ça fun­da­men­tal do pro­ces­so pro­du­ti­vo. Sou ape­nas a pes­soa que fo­men­ta as con­di­ções pa­ra que eles se des­cu­bram. Fi­ze­mos um tra­ba­lho de cons­cien­ti­za­ção e par­ti­ci­pa­ção dos peões em nos­sa fa­zen­da pa­ra que as ideias de­les apa­re­çam em to­do o pro­ces­so pro­du­ti­vo. De mo­do que tu­do par­ta de­les. Que be­ne­fí­cios a agroe­co­lo­gia traz pa­ra vo­cê e o pla­ne­ta? A pre­ser­va­ção da fa­zen­da, a qua­li­da­de de vi­da das pes­soas que tra­ba­lham co­mi­go e o fo­men­to do pro­je­to de Pro­du­ção Agroe­co­ló­gi­ca In­te­gra­da e Sus­ten­tá­vel (Pais) no Bra­sil. Ao in­vés de ofe­re­cer Bol­sa Fa­mí­lia, da­mos con­di­ções ao ci­da­dão pa­ra pro­du­zir e vi­ver do ex­ce­den­te de sua pro­du­ção dig­na­men­te. E ain­da fo­men­ta­mos uma re­de de pro­du­to­res, com par­cei­ros no Sul do Bra­sil e em São Pau­lo, on­de ten­ta­mos au­men­tar o mix de pro­du­tos or­gâ­ni­cos e, com is­so, che­gar a um pre­ço fi­nal de ven­da mais aces­sí­vel pa­ra o con­su­mi­dor. É pos­sí­vel um or­gâ­ni­co mais ba­ra­to? Há sub­sí­dios no Bra­sil pa­ra a agroe­co­lo­gia? É cla­ro que não va­mos ter o mes­mo pre­ço do pro­du­to con­ven­cio­nal. Te­mos um pre­ço jus­to, di­fe­ren­te dos pro­du­tos pa­drões, nos quais não es­tão em­bu­ti­dos to­dos os 'cus­tos' que o con­su­mi­dor vai ter ao co­mer pro­du­tos cheios de de­fen­si­vos agrí­co­las, al­ta­men­te no­ci­vos à saú­de. Ho­je, a ofer­ta de in­cen­ti­vo vem sur­gin­do. Acre­di­to que al­guns ban­cos fi­nan­ciem pro­je­tos agroe­co­ló­gi­cos a ju­ros bai­xos. To­do mun­do es­tá preo­cu­pa­do com a eco­lo­gia e a em­pre­sa que não ­ti­ver es­sa 'cons­ciên­cia' fi­ca­rá fo­ra do mer­ca­do. Mes­mo quem não quer aca­ba ce­den­do. Acre­di­ta na pro­du­ção agroe­co­ló­gi­ca em lar­ga es­ca­la? Acho to­tal­men­te pos­sí­vel. E par­to do prin­cí­pio bá­si­co de que de­ve­mos pri­mei­ro ali­men­tar nos­so vi­zi­nho, de­pois as ou­tras pes­soas. Acre­di­to tam­bém que a fi­lo­so­fia da agri­cul­tu­ra fa­mi­liar é o ca­mi­nho pa­ra er­ra­di­car­mos a fo­me no Bra­sil. O or­gâ­ni­co res­pei­ta o tem­po de ca­da pro­du­to. Res­pei­ta a ter­ra e, por is­so, res­pei­ta o meio am­bien­te. No ca­so do pro­du­to con­ven­cio­nal, com agro­tó­xi­co, exis­te a ur­gên­cia, que não é pró­pria da vi­da, de fi­car tu­do pron­to lo­go. O re­sul­ta­do dis­so é um ali­men­to ar­ti­fi­cial. Seus ami­gos se­guem sua fi­lo­so­fia de pro­du­ção lim­pa?Al­guns amigos meus têm fa­zen­da ou sí­tio e me pro­cu­ram. Quan­do acon­te­ce, crio um es­que­ma de con­sul­to­ria. É o ca­so da Fer­nan­da Mon­te­ne­gro, do An­ge­lo An­tô­nio... A pro­pos­ta é via­bi­li­zar a pro­du­ção de­les de for­ma or­gâ­ni­ca. Es­se tam­bém é um tra­ba­lho mui­to ba­ca­na! Com agroe­co­lo­gia apren­di a ser mais pa­cien­te, a ter mais res­pei­to e en­ten­di que não adian­ta que­rer ace­le­rar os pro­ces­sos de pro­du­ção. Na vi­da não exis­te pra­ga, mas de­se­qui­lí­brio. Por is­so, dian­te de um con­fli­to, de­ve­mos pa­rar e nos acal­mar, pa­ra en­ten­der­mos me­lhor que so­mos mui­to mais que aque­le pro­ble­ma pon­tual. Apren­di, ain­da, a res­pei­tar e acei­tar as di­fe­ren­ças. A ideia de que tu­do tem que ser igual­zi­nho não va­le nes­sa que é, aci­ma de tu­do, uma fi­lo­so­fia de vi­da. LEIA TAMBÉM: Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo Relatório da Anvisa mostra que os consumidores estão mais expostos à agrotóxicos A car­rei­ra de ator aju­da na de agri­cul­tor eco­ló­gi­co? O fa­to de eu ser um ator co­nhe­ci­do me aju­da a fo­men­tar a agroe­co­lo­gia. Via­jo bas­tan­te, fa­ço pa­les­tras so­bre mi­nhas ex­pe­riên­cias de pro­du­tor e per­ce­bo que o fa­to de ser po­pu­lar aju­da. Por ou­tro la­do, en­tre meus co­le­gas da TV, que op­tam por uma vi­da mais na­tu­ral, mas que não en­ten­dem bem o que é ver­da­dei­ro e o que não é, e que ain­da fa­zem con­fu­são com ter­mos co­mo hi­dro­po­nia, por exem­plo, ten­to aju­dar com o que apren­di. Acho que atuo dos dois la­dos. Pro­cu­ro fo­men­tar to­do o co­nhe­ci­men­to agroe­co­ló­gi­co que ad­qui­ri. Es­se é o meu fo­co. Acre­di­ta que o ve­ge­ta­ria­nis­mo po­de li­vrar o mun­do da fo­me? Não. O equi­lí­brio po­de vir sem que se­ja­mos ra­di­cais. Mas, acho que não de­ve­mos ex­pan­dir ain­da mais a pe­cuá­ria. Não pre­ci­sa­mos co­mer tan­ta car­ne. Mui­tas es­pé­cies de pei­xes ho­je só são cria­das em ca­ti­vei­ro. O que com­pro­va que a nos­sa fór­mu­la de de­sen­vol­vi­men­to an­da meio fa­li­da. Já avan­ça­mos na nos­sa po­lí­ti­ca am­bien­tal, mas ain­da fal­ta mui­to. Na agri­cul­tu­ra, por exem­plo, ain­da vi­ve­mos o agri­bu­si­ness. A pres­são dos pro­du­to­res de so­ja e de mi­lho ain­da é mui­to gran­de so­bre os agri­cul­to­res que real­men­te pro­du­zem ou­tros ali­men­tos, co­mo fei­jão, inha­me, va­gem, quia­bo... Vo­cê dis­se que seu avô já fa­la­va de sus­ten­ta­bi­li­da­de mui­to an­tes de es­sa pa­la­vra co­me­çar a ser usa­da. E ho­je, co­mo vê seu uso no Bra­sil? Há mui­to mar­ke­ting por trás de­la. Não fos­se as­sim, não ha­ve­ria Be­lo Mon­te, nem pré-sal no Bra­sil. Não há na­da mais in­sus­ten­tá­vel que o pe­tró­leo. Po­de­ría­mos in­ves­tir em tan­ta coi­sa mais ba­ca­na... Que re­ca­do dei­xa aos nos­sos lei­to­res? Pro­cu­rem se in­for­mar so­bre a ori­gem dos ali­men­tos que es­tão con­su­min­do. In­de­pen­den­te­men­te de se­rem or­gâ­ni­cos ou não. Co­brem qua­li­da­de e ga­ran­tia de que o que es­tão co­men­do não vai lhes fa­zer mal. Es­sa res­pon­sa­bi­li­da­de de co­brar dos for­ne­ce­do­res é fun­da­men­tal. É nos­sa. Sa­ber co­mo é pro­du­zi­do o que co­me­mos per­mi­te que fa­ça­mos uma se­le­ção do que es­ta­mos le­van­do pa­ra ca­sa. Um so­nho?Que a gen­te real­men­te vi­va em um mun­do com jus­ti­ça so­cial. Às ve­zes, te­mos a im­pres­são de que não es­ta­mos ca­mi­nhan­do pa­ra is­so, mas acre­di­to que há uma evo­lu­ção na­tu­ral das coi­sas e que vis­lum­brar­mos di­rei­tos iguais pa­ra to­dos, em seu sig­ni­fi­ca­do mais fun­da­men­tal, po­de se tor­nar rea­li­da­de um dia. Cinema 1968 - Copacabana Me Engana .... direção Paulo Alberto Monteiro de Barros (Artur da Távola) 1982 - O Segredo da Múmia .... Marcos Viana 1984 - Garota Dourada 1984 - Nunca Fomos Tão Felizes .... Estudante Interno 1984 - Memórias do Cárcere 1985 - Avaeté - semente da vingança 1986 - A Cor do seu Destino .... Raul 1986 - Fulaninha 1986 - Os Trapalhões e o Rei do Futebol 1986 - Trancado por Dentro .... Cadú 1987 - Ele, o Boto 1987 - Leila Diniz 1987 - Romance da Empregada 1987 - Um Trem para as Estrelas .... Jacaré 1988 - Dedé Mamata .... Alpino 1990 - Barrela: Escola de Crimes.... Tirica 1990 - Carnaval .... Beto 1990 - Stelinha .... Eurico 1991 - Vai Trabalhar, Vagabundo II - A Volta 1995 - Carlota Joaquina, princesa do Brazil.... D. Pedro I 1996 - Buena Sorte… Edgar 1997 - Anahy de las Misiones…Solano 1997 - O Amor Está no Ar .... Carlos Henrique 1998 - Como Ser Solteiro .... Julinho 2000 - Villa-Lobos - Uma Vida de Paixão .... Heitor Villa-Lobos 2001 - O Casamento de Louise .... Bugre 2003 - Dom .... Bentinho 2003 - Oswaldo Cruz - O Médico do Brasil.... Oswaldo Cruz 2007 - O Tablado e Maria Clara Machado 2007 - O Homem que Desafiou o Diabo.... Zé Araújo/Ojuara 2008 - A Mulher do meu Amigo.... Thales 2009 - Bela Noite para Voar.... Carlos Lacerda 2012 - E Aí... Comeu? 2013 - Vendo ou Alugo.... Jorge Televisão 1987 - Mandala .... Creonte 1988 - Vale Tudo .... Mário Sérgio 1990 - Pantanal .... Tadeu 1990 - Desejo.... Solon 1990 - Les cavaliers aux yeux verts.... Joachim 1991 - Amazônia .... Caio / Lúcio 1992 - Você Decide, Laços de Família 1993 - Renascer .... João Pedro 1994 - Memorial de Maria Moura .... Cirino 1995 - Irmãos Coragem .... João Coragem 1996 - Salsa e Merengue .... Valentim 1996 - A Vida Como Ela É .... Vários personagens 1996 - A Comédia da Vida Privada, A Próxima Atração 1998 - Torre de Babel .... Alexandre Leme Toledo 1999 - Andando nas Nuvens .... Chico Mota 2000 - Esplendor .... Francisco Hodges 2000 - Brava Gente.... Bolado 2001 - Porto dos Milagres .... Gumercindo "Guma" Vieira 2002 - Coração de Estudante .... Julio Rosa 2002 - Esperança .... Zequinha 2003 - Celebridade .... Fernando Amorim 2004 - Histórias de Cama & Mesa .... Bob 2005 - Belíssima .... Delegado Gilberto Moura 2006 - Cilada 2007 - Mandrake .... Mandrake 2008 - Três Irmãs .... Bento Rio Preto 2008 - Casos e Acasos, O Encontro, O Assédio e O Convite.... Renato 2009 - Cama de Gato .... Gustavo Brandão 2012 - As Brasileiras ... Anderson/Fernando (Episódios: A Justiceira de Olinda e A De Menor do Amazonas) 2012 - Cheias de Charme .... Sandro Barbosa 2013 - O Canto da Sereia .... Augustão (Agostinho Matoso) 2013 - Saramandaia .... Seu Cazuza Moreira 2014 - O Rebu .... Delegado Nuno Pedroso 2014 - A Segunda Vez .... Raul Teatro 1981 - O Diamante do Grão Mongol 1982 - "Os Meninos da Rua Paulo" 1984 - "Maria Minhoca"… 1984 - "Chapetuba Futebol clube"… Zito 1986 - "Uma Lição Longe Demais" … Valente 1987 - "Ligações Perigosas" - Dansenir 1993 - "Othello" … othello 1999 - "Adão e Eva"… Adão 2000 - Mais Uma Vez Amor … Rodrigo 2007 - Auto de Anjicos … Lampião Prêmios Ganhou o Kikito de Ouro de melhor ator, no Festival de Gramado, por Barrela - Escola de Crimes (1990). Ganhou o Kikito de Ouro de melhor ator coadjuvante, no Festival de Gramado, por Dedé Mamata (1988). Ganhou o Troféu Candango de melhor ator, no Festival de Brasília, por Anahy de las Misiones (1997). Ganhou o Prêmio Trip Transformadores na categoria Alimentação - Gestão e Inteligência, da revista Trip (2008). Foi indicado para o Emmy Internacional 2013, na categoria de Melhor Ator Internacional, por Mandrake

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